Pera Book • 5 anos

5 anos:

Bloco de Áudio
Clique duas vezes aqui para carregar ou criar link para um .mp3. Saiba mais
  • O mosquito no teto

    A mosca na fruta

    O percevejo no colchão

    A mariposa bruxa descansando no portão

     

    Insetos: aqueles que nós espantamos quando chegam perto.

    Da barata? Fugimos, isto é certo.

    No zum zum zum? Ouvidos encobertos.

    As lavadeiras sobrevoam a piscina

    Provocando a gritaria das meninas

    Mas só quando olhamos no detalhe do inseto

    É que enxergamos por completo

    Seu corpo, um desenho, um projeto

    E  se chegarmos ainda mais perto

    Nós vemos

    Se abelha tem axilas

    Se bumbum da barata também balança

    O cecê da cigarra

    Os dedos da donzelinha

    A estrutura da esperança

    O filho da formiguinha

    A grama na garganta do gafanhoto

    Enquanto hiberna Hércules, o besouro

    A íris do inseto-folha

    O joelho da joaninha

    A língua da lesma

    O machucado do mosquito

    O nariz da ninfa

    A orelha da olho-de-boi

    A perna do pernilongo,

    O queixo dos quiromonídeos

    O rosto do rola-bosta rolando

    A Saúva suada

    A taturana tropeçando

    O umbigo da uruçu 

    Uma vespa vomitado

    Dando xô para os xilófagos

    Dando zarpa pro zangão

    Dando falta uma letras

    Que por falta de atenção

    Levam nomes de insetos

    Que ninguém aqui ouviu

    Porque andam em outras línguas 

    Que não sejam do Brasil

    Kamakiri no Japão

    Walking stick do ingles

    E com y, mistério! Deixaremos pra você

    É difícil de achar

    De passar em sua vista

    Uma dica, nao desista

    E se encontrá-lo, grite:

    Chispa!

  • CIFRA

         C                            F                   G

    AQUI, NA PRIMEIRA PÁGINA DO LIVRO

     C                                                 F                   G

    ONDE DEVERIA ESTAR ESCRITO “ERA UMA VEZ”

                            C

    SENTOU UM GATO

    C

    UM GATO INTELIGENTE

         F

    METIDO

      G

    GAIATO

    C

    POUCO SENSATO:

            F                                 G                                 C

    ELE ACHA QUE É MUITO LINDO SÓ PORQUE É GATO

              C

    NO PAPEL

                  F                                 G

    ELE SE ACHA O DONO DO PEDAÇO

    C                                                          F

    INFELIZMENTE, ELE NÃO VAI SE LEVANTAR

                                          G

    PARA VOCÊ LER A HISTÓRIA 

                            C

    QUE ESTÁ EMBAIXO.

                          C                               F                         G

    ENTÃO, ERA UMA VEZ UMA HISTÓRIA ATRÁS DO GATO

     C                                                                   F                   

    PORQUE O GATO ESTÁ À FRENTE DA HISTÓRIA

         G

    DEITADO

    C                        F

    ELE SE ACHA LINDO

                        G

    E DONO DO LIVRO

         C

    DE FATO.

    Bº                       Am

    MAS O GATO SENTE FOME

            D

    PRECISA TOMAR UM LEITINHO

                   G        G#º

    DE IMEDIATO

    Am                                     D

    VAI BEBER NO PRÓPRIO LIVRO

    G                                     G#º

    BEM EM CIMA DA HISTÓRIA

    D                                                          G            G7

    PARA NÃO TER QUE CHEGAR PRO LADO

        C

    O GATO BEBE O LEITE

                    F                             G                            C

    E A HISTÓRIA FICA ESMAGADA DEBAIXO DO PRATO

         C           

    O GATO BEBE TODO O LEITE

         F                                          G

    E SE DEBRUÇA SOBRE A HISTÓRIA

                                 C

    TODO ESPARRAMADO

    Bº                   Am

    AGORA ELE DORME

    D        

    ESTICADO NO PAPEL

                                           G

    BEM DENTRO DO FORMATO

         G                                    G7

    (AGUARDE, TIRE UM RETRATO)

                C                            C#º

    MAIS TARDE  O GATO ACORDA

         Dm          G

    PACATO

            C                            C#º

    VONTADE DE FAZER XIXI

                Dm          G

    QUE CHATO!

    F                             F#º      C/G     

    ELE PRECISA IR ATÉ A CAIXA DE AREIA.

        A7

    RÁPIDO!

             Dm                                      G

    MAS SE ELE FOR, A HISTÓRIA APARECE

    Em             A7

    DE FATO

          Dm                                    

    ENTÃO ELE SEGURA

    G                  Em         A7

    PORQUE É GATO GAIATO

    Dm                              G

    ELE CONCENTRA PARA NÃO VAZAR

    Gm7             C7

    CADÊ O PRATO?

    F                                        F#º

    ELE NÃO PODE MAIS SE SEGURAR

    C/G             A7

    COITADO

    Dm                        G

    E, ENTÃO, ELE DESISTE

           C

    NO ATO

    E SÓ ASSIM

    A HISTÓRA APARECE:

    C

    FIM

    LETRA:

    AQUI, NA PRIMEIRA PÁGINA DO LIVRO

    ONDE DEVERIA ESTAR ESCRITO “ERA UMA VEZ”

    SENTOU UM GATO

    UM GATO INTELIGENTE

    METIDO

    GAIATO

    POUCO SENSATO:

    ELE ACHA QUE É MUITO LINDO SÓ PORQUE É GATO

    NO PAPEL

    ELE SE ACHA O DONO DO PEDAÇO

    INFELIZMENTE, ELE NÃO VAI SE LEVANTAR

    PARA VOCÊ LER A HISTÓRIA 

    QUE ESTÁ EMBAIXO.

    ENTÃO, ERA UMA VEZ UMA HISTÓRIA ATRÁS DO GATO

    PORQUE O GATO ESTÁ À FRENTE DA HISTÓRIA

    DEITADO

    ELE SE ACHA 

    LINDO

    E DONO DO LIVRO

    DE FATO.

    MAS O GATO SENTE FOME

    PRECISA TOMAR UM LEITINHO

    DE IMEDIATO

    VAI BEBER NO PRÓPRIO LIVRO

    BEM EM CIMA DA HISTÓRIA

    PARA NÃO TER QUE CHEGAR PRO LADO

    O GATO BEBE O LEITE

    E A HISTÓRIA FICA ESMAGADA DEBAIXO DO PRATO

    O GATO BEBE TODO O LEITE

    E SE DEBRUÇA SOBRE A HISTÓRIA

    TODO ESPARRAMADO

    AGORA ELE DORME

    ESTICADO NO PAPEL

    BEM DENTRO DO FORMATO

    (AGUARDE, TIRE UM RETRATO)

    MAIS TARDE  O GATO ACORDA

    PACATO

    VONTADE DE FAZER XIXI

    QUE CHATO!

    ELE PRECISA IR ATÉ A CAIXA DE AREIA.

    RÁPIDO!

    MAS SE ELE FOR, A HISTÓRIA APARECE

    DE FATO

    ENTÃO ELE SEGURA

    PORQUE É GATO GAIATO

    ELE CONCENTRA PARA NÃO VAZAR

    CADÊ O PRATO?

    ELE NÃO PODE MAIS SE SEGURAR

    COITADO

    E, ENTÃO, ELE DESISTE

    NO ATO

    E SÓ ASSIM

    A HISTÓRA APARECE:

    FIM

  • A coisa mais engraçada que já fizeram a um pé

    Não foi cosquinha na sola, nem o cheiro do chulé

    Foi juntá-lo a outras palavras para saber como é que é

    Que se forma, ao pé da letra, outra coisa que não pé

    Se juntar pé com orelha

    Pra saber como é que é

    É um segredo que se conta ao pé-da-orelha

    Ou não é?

    Se juntar o pé com a meia

    Pra saber como é que é

    Já se junta um pé-de-meia pra comprar o que quiser

    É ou não é?

    Se juntar o pé com a cabra

    Pra saber como é que é

    Já se forma um pé-de-cabra que alavanca

    Ou não é?

    Se juntar o pé com as costas

    Pra saber como é que é

    Já se faz com os pés nas costas rapidinho

    Ou não é?

    Se juntar pé com moleque

    Pra saber como é que é

    Come-se um pé-de-moleque bem docinho

    É ou não é?

    Se juntar o pé com a água

    Pra saber como é que é

    É pé d’água o que cai de lá do céu

    Ou não é?

    Se juntar pé com galinha

    Para ver como é que é

    Surge um pé-de-galinha, uma ruga 

    ou não é?

    Se juntar o pé com um saco

    Para saber como é que é

    Surge um chato, um pé-no-saco

    ou não é?

    Se juntar o pé ao frio

    Para saber como é que é

    É azar que o pé-frio traz pra gente

    Ou não é?

    Se juntar verbo que bate

    Com o pé …….

    Pra quem não quer alguma coisa: bate o pé!

    É ou não é?

    Pra ver se dá pé 

    tem que juntar duas palavras

    Sem pé nem cabeça 

    Sem pé atrás

    Mas cuidado pra não meter os pés pelas mãos

    Se não der certo

    É só dar no pé

  • Da cozinha vem um grito

    E esse grito se espalha

    Vai pro quarto, vai pra sala

    Quem está escuta o grito

    Quem escuta o tal do grito

    Se anima, se agita

    E responde com outro grito

    Para aquela voz que grita

    É grito em cima de grito

    É tanto grito que grita

    E é no grito que se descobre 

    Quando é que a fome grita

    Quer arroz e feijão? 

    Sim!

    Quer ovo cozido?

    Não não não não

    Quer carne moída?

    Quero!

    Quer abacate com leite batido?

    Não!

    Quer macarrão com tomate?

    Acho que sim!

    Quer purê de batata?

    Não não não não 

    Você quer chocolate?

    Claro!

    (Gritos pela casa)

    E é assim que se estraga

    Em uma tacada

    O apetite da garotada

Extras:

  • A última banana do cacho 

    Estava sozinha na fruteira

    Lembrando o quanto era feliz

    Quando vivia na bananeira

    Ela era irmã de cinco

    Foram vendidas à penca na feira

    Chamavam: 

    Banana, Benena, Binina, Bonona, Bununa e Bananinha

    A moça que as comprou toda entusiasmada 

    Junto com umas verduras

    Decidiu que ia usá-las

    Por ordem de doçura

    A primeira foi Banana

    Ainda verde e sem fissura

    Foi pro prato descascada

    se achando a mais madura

    Benena ainda estava

    Um pouco dura quando foi

    Misturada na farofa

    Pra comer com o arroz

    E as outras?

    Binina e Bonona 

    Já estavam amarelinhas

    Foram embrulhadas

    Pra lancheira das meninas

    Bununa se foi

    Já molenga pra tigela

    Misturar-se à farinha

    Para um bolo com canela

    Mas a última do cacho

    É aquela que mais sofre

    Não é nada especial  

    Como ser o último biscoito do pacote

    As pessoas na cozinha

    Davam uma apertada

    E diziam: essa bananinha está quase passada

    Bananinha preocupada se perguntava

    Se jamais seria usada 

    Em nenhuma sobremesa

    Nem pra uma bananada

    Quando já estava triste

    E sem nenhuma confiança

    Alguém ligou o forno

    E acendeu a esperança

    Ali ela aqueceu

    Ganhando substância

    E foi levada à mesa 

    com uma certa elegância

    Bananinha estava assada

    De dentro da casca retirada

    Com um melado besuntada

    Finalmente seria degustada

    Dividida entre a família

    Fotografada com as crianças

    Deixou de ser comida

    E virou uma boa lembrança